Quem visita o Bosco, certamente se lembra do Buttina, trattoria de Pinheiros que ocupava o aconchegante imóvel da João Moura até o início de 2021. Perdemos um restaurante aprazível mas felizmente a vocação do imóvel foi mantida com a abertura do Bosco no ano seguinte. A casa já completou três anos e vive lotada. Os croquis que Oscar Niemeyeer rabiscou nas paredes em 1996 são testemunha. E diga lá: que privilégio poder esperar pela mesa contemplando o esboço do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
A cozinha segue clássica, com um cardápio enxuto de pratos italianos bem executados e preços com dois dígitos, um alento. A burrata (R$ 69) com favo de mel, amêndoas e pão da casa faz sucesso e deve ser compartilhada. Assim como o crudo tartare (R$ 71) feito com filé mignon na ponta da faca, flor de alcaparra e telha de grana padano. A experiência fica ainda mais gostosa nas mesinhas ao ar livre do bar, logo na entrada da casa. O Bosco, alías, investe em coquetelaria clássica e autoral. O Sur l’Orange (R$ 28) é um aperitivo feito de maneira artesanal e leva cachaça envelhecida, amêndoas e laranja.
A refeição principal pode ser apreciada no salão dos fundos, onde há também um mezanino e um jardim com mesas protegidas por uma cobertura de vidro ou por ombrelones. Minhas apostas foram no mini tortellini (R$ 78) com um gostoso recheio de fraldinha assada no vinho tinto, coroado com com uma fonduta de pecorino. E a opulenta lasanha do Bosco (R$ 76), com suas folhas de massa fresca bem dispostas e intercaladas com carne de panela cozida por oito horas e bechamel. Garfield certamente aprovaria.
De sobremesa, prove a torta de chocolate 40% (R$ 34) com crocante de avelã. Doce na medida, perfeita para acompanhar um cafezinho enquanto aprecia o vai e vem de clientes e garçons pelo disputado salão.
Bosco Restaurante
Rua João Moura, 976 – Pinheiros – S.Paulo/SP
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